quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Resenha de "Reino das Névoas" por Fabio Luiz Silva

Ontem à noite bateu no meu e-mail uma agradável surpresa: mais uma resenha, desta vez de autoria do ilustrador Fabio Luiz Silva, que devorou o livro, aparentemente, em uma noite. A resenha é um verdadeiro poema em prosa. E, como não foi publicada ainda em nenhum blogue, publico-a eu mesma aqui!

Engraçado voltar a ler sobre contos de fadas.

Engraçado porque leio desde que me conheço por gente através do meu pai, que sempre me dava algo novo para conhecer.

Mas sempre gostei da fantasia. Conto de fada é o que tem magia no meio das letras e principalmente em algo não muito percebido.

As lacunas de silêncio no que não é dito ou explicado demais.

Nessas lacunas eu posso criar o mundo do livro que estou lendo moldado aos meus pensamentos, conceitos prévios e ideias de fantasia. Conversava com meus amigos de recreio sobre o livro que lia e como imaginava aquele mundo, muitas vezes tão diverso do que o autor sequer tivesse pensado. Pensava eu.

Na internet, tive o apelido de Menestrel por gostar de tocar violão. Mas poucas pessoas viram além disso: o que era encoberto. Um menestrel dos contos de fadas. Isso foi há tempos.

Mas ele voltou. Comprei um livro da Mila Fernandes chamado Reino das Névoas

Acredito que o bom autor é o que instiga, aguça e leva você a pensar febrilmente enquanto lê porque é impossível não relaxar a mente para absorver todos os odores e texturas do texto.

Foi assim com este livro. Do prefácio ao final. Bem redigido. Contendo o coração da autora e seus riscos no papel. Papel que sangrou em momentos fortes. 

Quando a primeira página se abriu e vi a ilustração do unicórnio, sabia que não poderia conter o menestrel.

Ele entrou nas páginas e acompanhou as narrativas fantásticas, quieto, tocando uma flauta para acompanhar o momento ou um violino em momentos mais dramáticos.

Ele viu a princesa da torre, cantou para o casal de caolhos e embalou o encontro entre Niev e o Lobo. Nada fez para mudar o que acontecia, mesmo ao sofrer pela brutalidade em alguns trechos.

Quando tudo terminou, voltei para mim. Feliz pela viagem e por poder dizer que estive em paragens da sua mente.

Mila, obrigado pelas lacunas deixadas como portas para que eu entrasse nessa viagem... de sonho e pesadelo... mas, principalmente, de redescobrimento.

Parabéns e... o próximo virá quando? O menestrel já pensa em voltar a viver... 
Fabio Luiz Silva, ilustrador

Nenhum comentário:

Postar um comentário